O projeto Bateria Interativa, que oferece aulas gratuitas aos alunos da rede municipal, promoveu o encerramento de suas atividades em 2018, certificando 48 estudantes. O evento aconteceu na última sexta-feira (30), no Auditório da Secretaria de Educação (Seduc).
Cabedelo é pioneira na iniciativa, e o único município paraibano que oferece aulas de bateria gratuitamente aos alunos de escolas públicas. Participam do projeto crianças, adolescentes e adultos que complementam os módulos (I, II e Continuado) divididos em dois pólos (Centro e Jardim Manguinhos). A Seduc conta com a parceria das congregações Primeira e Segunda Igrejas Batistas de Cabedelo, onde são realizadas as oficinas.
O coordenador de projetos educacionais da Seduc, Gilberto Silva, comemorou os resultados obtidos pelo Bateria Interativa desde sua implantação, em 2016.
“A percepção que a Secretaria tem é verificar que o processo de ensino-aprendizagem neste projeto vem ocorrendo e dando resultados. A cada ano são lançadas novas turmas, que dão as aptidões necessárias para que os alunos possam desenvolver a prática da bateria e outras atividades. A ideia é que eles conheçam a importância desse instrumento no campo musical, e também levar ensinamentos para a vida, pois a música propicia mais maturidade e estimula o processo de aprendizagem. A bateria propicia concentração, ritmo, coordenação motora, e todo esse conjunto de atividades vai contribuir para a formação deles. Nossos objetivos estão sendo alcançados e pretendemos ampliar as turmas em 2019”.
Augusto Barbosa, coordenador do projeto e professor das oficinas, foi oriundo de escola municipal em Cabedelo e atualmente é formado em Música Popular pela UFPB, e também é estudante de Pedagogia. Antes das apresentações, Augusto se emocionou ao contar sua experiência diante dos pais e dos alunos, ressaltando os benefícios causados a quem participa do projeto.
“Esse é um momento especial em que todos podem conhecer o projeto, e os pais observarem o potencial dos seus filhos e perceberem como eles se desenvolvem artisticamente. Quando eu era adolescente eu não tive essa oportunidade de ter acesso gratuitamente à música, e eu era todo ‘travado’, mas existiram pessoas que acreditaram em mim. E hoje eu estou acreditando nesses jovens! A bateria utiliza os dois pés e as duas mãos, e é um instrumento não melódico, é rítmico… E a verdadeira função do projeto é poder educar e se expressar através do som e obter inúmeros benefícios, como coordenação motora, raciocínio lógico, postura, respiração e concentração”, disse.
O adolescente Juan Emanuel, estudante do 8°ano da escola municipal Rosa Figueiredo, participa do projeto desde 2016, e comentou os seus resultados alcançados. “Eu sempre tive vontade de tocar bateria. E tenho planos de fazer faculdade de música. Além de aprender a manusear o instrumento, penso que fui beneficiado em várias coisas, a exemplo da coordenação motora. Eu, hoje, toco bateria e também estou começando a tocar violão. Nesses três anos eu já evoluí muito. Os jovens deveriam ao menos tentar, pois o instrumento ajuda a entender nossas emoções”, destacou Juan.
Inclusão – Essa edição do Bateria Interativa contou uma particularidade especial, que foi a participação de um aluno autista. Elias Fernando, estudante do 3° ano da escola municipal Edilene Oliveira, começou a participar este ano do projeto. Sua mãe, Leidjane do Nascimento, comentou sobre a experiência do filho.
“De início eu pensei que não ia dá certo, mas ele se envolveu e se adaptou muito bem. A cada aula que ele participou, se desenvolveu mais e aprendeu tudo muito bem. O professor Augusto elogiou muito a participação e o desenvolvimento dele. Em casa, Elias ficou mais calmo e era ele sempre quem lembrava o dia da aula de bateria, pois nunca quis perder. Pretendo dar continuidade nesse processo de ensino aprendizagem com ele”, concluiu a mãe.
Secom Cabedelo